O contingente de trabalhadores com carteira assinada caiu 1,9% em janeiro, frente a janeiro de 2014, a primeira vez em que ocorre uma queda entre meses de janeiro em toda a série histórica, iniciada em março de 2002. Isso significa 224 mil pessoas a menos com carteira assinada. O emprego com carteira assinada é considerado um dos indicadores de qualidade do mercado de trabalho, já que esse empregado tem acesso a direitos trabalhistas, como FGTS e décimo terceiro salário. Ao mesmo tempo, houve aumento de 4,8% dos trabalhadores por conta própria, ou 207 mil pessoas. — Houve uma redução significativa do emprego com carteira em janeiro, depois de um ano de 2014 em que o aumento desses trabalhadores ocorria em ritmo inferior que antes — afirmou a técnica do IBGE Adriana Araújo Beringuy. Na comparação com dezembro, houve queda de 2,1% do total de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado, ou 253 mil pessoas, enquanto o número de trabalhadores por conta própria subiu 3,3%. Isso significa 144 mil pessoas a mais INDÚSTRIA PERDE 6% DE TRABALHADORES EM UM ANO A indústria é um dos segmentos que mais sofre. O total de trabalhadores no setor caiu 6% em janeiro, frente a janeiro de 2014, ou seja, 216 mil pessoas a menos. Em São Paulo, onde a indústria tem peso importante, a queda foi ainda maior, de 12%. Quase metade (47%) da população ocupada pela indústria nas seis regiões metropolitanas está em São Paulo, com 1,6 milhão dos 3,4 milhões no total. — Essa redução de 6% da indústria foi relevante. A gente percebe que vem principalmente da dispensa dos trabalhadores em São Paulo e em Porto Alegre — explica Adriana. Embora afirme que não é possível atribuir o recuo da carteira assinada à indústria, a técnica do IBGE reconheceu que este é um dos setores com maior parcela de trabalhadores formais.
Fuente: O Globo